Passada a arrebentação, entenda-se por isso a reunião do Fed, os mais importantes mercados mundiais vivem uma quinta-feira positiva.
As principais bolsas americanas caminham para fechar o mês em alta. Até agora, o S&P subiu 2,4% em julho, Nasdaq Composto 1,8% e Dow 1,2%.
As bolsas asiáticas, que tiveram dois dias de perdas no começo da semana, continuam em recuperação. Hoje, fecharam todas no campo positivo. Destaque para o índice Hang Seng, de Hong Kong, com alta de 3,3% nesta quinta. O índice foi fortemente impulsionado pela notícia do governo chinês de que as empresas de tecnologia do país poderão abrir capital nos Estados Unidos.
Na Europa, o índice Stoxx 600 também opera no positivo. Em alta também está o otimismo entre os consumidores da zona do euro, que atingiu recorde em julho. Em pesquisa mensal da Comissão Europeia, foi apontado que o sentimento econômico nos países do bloco monetário subiu a 119 pontos em julho. É a maior pontuação desde que os dados começaram a ser coletados em 1985. Em junho, os 117,9 pontos já tinham sido a maior leitura em 21 anos.
O ambiente favorável dos mercados globais muito se deve à declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, que, ontem, ao final da reunião da instituição, disse estar otimista quanto à recuperação econômica dos Estados Unidos, apesar do aumento das infecções por coronavírus.
Em entrevista coletiva, ele afirmou que ainda existe um caminho a percorrer antes de se pensar em reduzir o apoio econômico do Fed.
“Gostaria de ver alguns números de empregos mais sólidos”, disse ao justificar que é cedo para reduzir os US$ 120 bilhões em compras mensais de títulos que o Fed realiza, além de reafirmar que a inflação é transitória.
O sentimento de Jerome Powell se justifica com o número de pedidos de seguro-desemprego divulgado hoje. Foram solicitados 400 mil benefícios na última semana. Número superior aos 380 mil projetados por analistas.
Também foi conhecido hoje o PIB norte-americano, que cresceu à taxa anualizada de 6,5% no segundo trimestre, em relação aos três meses anteriores. O resultado ficou abaixo dos 8,5% de alta projetada por economistas.
Balanços
Outro ponto que favorece a alta dos mercados são os resultados corporativos positivos.
Na Europa, a Volkswagem anunciou, hoje, lucro após os impostos de 5,04 bilhões de euros no segundo trimestre, revertendo prejuízo de 1,54 bilhão no mesmo período de 2020. A receita também cresceu. Foi de 41,8 bilhões de euros para 67,29 bilhões.
Nos Estados Unidos, a Ford surpreendeu ao informar lucro líquido de US$ 562 milhões, ou US$ 0,14. O resultado ficou abaixo do obtido no ano passado, quando teve lucro de US$ 0,28 por ação, mas superou a estimativa dos analistas que esperavam prejuízo de US$ 0,03 por ação.
A receita da companhia foi de US$ 26,8 bilhões entre abril e junho. Em comunicado, a montadora observou que os resultados foram melhores mesmo com a escassez global de chips semicondutores, que fez a sua produção ser reduzida em 50% no segundo trimestre.
Entre as maiores fornecedoras de vacinas contra a Covid-19, a AstraZeneca apresentou queda anual de 27,24% em seu lucro líquido no segundo trimestre, ficando em US$ 550 milhões. Em termos ajustados por ação, o lucro líquido foi de US$ 0,90.
Já a receita farmacêutica cresceu 30,90%, para US$ 8,22 bilhões. Só as vacinas geraram receita de US$ 894 milhões.
Ontem, o Facebook informou que o seu lucro líquido subiu de US$ 5,178, obtido no segundo trimestre de 2020, para US$ 10,394 bilhões entre abril e junho deste ano. O lucro por ação foi de US$ 3,61, acima dos US$ 3,04 esperados pelos analistas.
A receita da companhia foi de US$ 29,08 bilhões, com crescimento de 7% na base de usuários ativos que em junho foi 1,91 bilhão em média.
Vale
No fim do pregão de ontem, a Vale Mineração apresentou os seus resultados com lucro líquido de US$ 7,586 bilhões no segundo trimestre deste ano. Alta de 662% ante o lucro de US$ 995 milhões apresentado um ano antes. Se comparado com o primeiro trimestre de 2021 a alta foi de 36,78%.
O Ebitda entre abril e junho cresceu 227%, em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 11,038 bilhões. Já a receita líquida da mineradora subiu 121,8%, atingindo US$ 16,675 bilhões.
O presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, afirmou que a Vale está com “confiança elevada” e continuará com sua estratégia de redução de riscos, simplificação dos negócios e atingimento das metas.
Grupo Pão de Açúcar
O lucro líquido consolidado do Grupo Pão de Açúcar registrou queda de 95,9% na comparação com o segundo trimestre de 2020, fechando em R$ 4 milhões. A receita caiu 5,3% no período, indo para R$ 11.88 bilhões, enquanto o Ebitda, com perdas de 16%, ficou em R$ 839 milhões.
O resultado líquido das operações descontinuadas ficou negativo em R$ 1 milhão, contra ganhos de R$ 250 milhões no mesmo período de 2020.
Segundo o Grupo, que no início deste ano anunciou a cisão com a rede Assaí, o resultado foi consequência das restrições impostas para conter a nova onda da pandemia, somada à forte base de comparação do ano anterior.