A semana que se inicia terá uma agenda econômica esvaziada no campo internacional. Os dados mais importantes a serem divulgados são os de atividades e moradias nos Estados Unidos e a revisão do PIB do primeiro trimestre, que tem projeção de alta para 6,4%. Outro dado vindo dos Estados Unidos é o índice de preços e despesas de consumo pessoal, número acompanhado de perto pelo Fed.
Os mercados internacionais operam estáveis, em movimento de recuperação às oscilações da semana passada.
A atenção maior fica por conta do mercado asiático, com o posicionamento da China de apertar o controle sobre as commodities, o que “contamina” os mercados internacionais.
Portanto, apesar da semana com a agenda esvaziada, é necessário ficar atento para entender como o posicionamento chinês pode impactar o cenário nacional e como os mercados internacionais se acomodarão, ainda sob os efeitos do anúncio do Fed da semana passada.
Cenário Nacional
O Boletim Focus revisou as estimativas de inflação para 2021, que passou de 5,82% para 5,9%. Também foram alteradas as projeções do PIB, de 4,85% para 5%, e da taxa Selic, de 6,25% para 6,50% no final de 2021.
Durante a semana, outros dados poderão dar norte de como deverá seguir a política monetária brasileira. Amanhã será apresentada a Ata do Copom, que dará detalhes sobre o cenário básico e os riscos. Agora, a expectativa para a próxima reunião do Copom, em agosto, se divide entre alta de mais 0,75 ou 1 ponto percentual.
Na quinta-feira, 24, o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentam o Relatório Trimestral de Inflação, que também dá subsídios para as próximas decisões do Copom. Na sexta, 25, o IBGE divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ? 15, IPCA 15, considerado uma prévia da inflação oficial do país.
Eletrobras
Depois de passar pelo Senado com alterações, o texto da Medida Provisória para a privatização da Eletrobras volta para a Câmara dos Deputados. Está marcada para hoje, às 15 horas, uma sessão deliberativa remota para a votação final da MP.
IPOs
Na segunda semana de julho, a CSN Cimentos deverá fazer um IPO de cerca de R$ 2,5 bilhões. No prospecto de oferta, a companhia informa ter mais de 8 mil clientes em aproximadamente 860 cidades brasileiras, tendo vendido 4 milhões de toneladas de cimento em 2020. Os recursos devem ser utilizados para reduzir dívidas da sua subsidiária, mas segundo investidores, o crescimento via aquisições é um tema bastante presente.
Em julho também deve estrear na B3 outra gigante do mercado. A expectativa é que a Raízen faça seu IPO no fim do mês com projeções de captação de mais de R$ 10 bilhões, o que a colocaria na história entre as maiores aberturas da bolsa de valores brasileira. Ela também estaria entre as empresas mais valiosas da B3, com os bancos projetando seu valor em R$ 90 bilhões.
Já para a primeira semana de julho, está programado o IPO da rede de academias de ginástica Smartfit. A oferta deverá girar em R$ 2 bilhões e já conta com a confirmação de investimento de R$ 750 milhões da gestora Dynamo, do fundo canadense CPP, e do GIC, fundo soberano de Cingapura.
Randon e Fras-le
As ações das duas companhias deverão reagir positivamente à divulgação dos dados de receita de maio. Desde abril, a comparação anual passou a incorporar o período de maior efeito da pandemia sobre o faturamento, distorcendo a comparação dos dados mensais com o mesmo período de 2020. A receita líquida da Randon em maio totalizou R$ 691,6 milhões (+6,1% vs. média mensal 4M21), enquanto a controlada Fras-le alcançou R$ 204,1 milhões (-3,3% vs. média mensal 4M21). Os dados mais recentes em patamar próximo ao do 1T21, no qual Randon apresentou receita líquida 63,8% a/a maior e Fras-le um crescimento de 87,4% a/a, mostram a continuação da demanda consistente pelos produtos das companhias relacionados ao mercado de caminhões, implementos rodoviários e de peças de reposição.
Tecnisa
A Tecnisa aposta na entrega de três lançamentos para reverter números negativos apresentados pela construtora. O primeiro deles, no bairro do Campo Belo, em São Paulo, foi lançado em maio com valor total de venda de R$ 165 milhões, o equivalente a 36% do mínimo projetado entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão. Também foram adquiridas duas áreas em São Paulo no valor de R$ 275 milhões. Segundo Flavio Fidalgo, diretor financeiro da empresa, a recuperação dos resultados deve retomar o valor das ações da companhia que acumularam perdas de 26% nos últimos 12 meses.
Telecomunicações
Vivo, Tim e Claro, encaminharam ao Cade, na última semana, comunicado para rebater as críticas de agentes do mercado que são contra a compra da Oi pelo consórcio, formado pelas três empresas.
Foi solicitado que o Cade aprove a transação sem restrições, já que a venda, segundo o consórcio, foi o melhor arranjo competitivo possível e não gera procurações concorrenciais. Além disso, ressalta que a Oi está promovendo a sua saída voluntária do segmento por perder competitividade e capacidade de investir.
Em outra manifestação, a própria Oi diz que a venda de suas redes móveis é essencial para que o grupo continue relevante, concentrando recursos para o desenvolvimento de banda larga por fibra óptica.