O resultado da Vale (VALE3) veio em linha com nossas estimativas, com um Ebitda de US$ 4,1 bilhões (-0,7% na comparação com nossas estimativas; +12% na comparação trimestral; -25% na comparação anual). Seu desempenho foi impactado pelo forte crescimento de vendas frente ao primeiro trimestre (+38%) devido à sazonalidade típica do trimestre anterior. A queda de preços do minério de ferro no período impediu um maior avanço do resultado e não possibilitou aumento de margens, mesmo com maiores volumes e um leve recuo no custo caixa C1, que atingiu US$ 26,5 por tonelada (-US$ 0,2/t na comparação trimestral). O lucro ficou 55% abaixo de nossas estimativas devido à linha de tributo diferido, que contabilizou -US$ 1,3 bilhão (+569% na comparação trimestral). A Vale anunciou uma parceria estratégica para acelerar o crescimento do seu negócio de metais básicos, vendendo 13% da VBM (Vale Base Metals) por U$ 3,4 bilhões para a Manara Minerals e Engine No. 1. Isso precifica a unidade em US$ 26 bilhões, levemente acima das estimativas anteriores, de US$ 25 bilhões. Essa parceria permitirá à Vale acelerar seu plano de crescimento da divisão de metais básicos ao mesmo tempo em que destrava valor para a companhia. Estimamos que essa transação tenha um EV/Ebitda estimado para 2023 de 12,4x frente ao EV/Ebitda da Vale, de 4,4x. Calculando somente o Ev/Ebitda do negócio de mineração da Vale, encontramos um múltiplo de 3,1x ? um valor bastante depreciado.