A AES Brasil é, atualmente, uma empresa completamente diferente do que era em 2015, quando 100% do seus 2.658 MW de capacidade instalada eram provenientes de usinas hidrelétricas e toda a sua energia era vendida para um único cliente, a então AES Eletropaulo, do mesmo grupo econômico. Sua estratégia foi modificada em 2016, ano em que o foco se tornou o crescimento em fontes não hidráulicas para diversificar o portfólio com a meta de chegar em 2020 com 50% do Ebitda proveniente de energias eólica e solar. Apesar de demorar dois anos a mais do que o inicialmente esperado, com a aquisição dos ativos da Cubico, anunciada em agosto, a AES conseguiu ter praticamente metade da sua capacidade instalada em fontes não hídricas, a qual inclui também os projetos eólicos em construção de Tucano (322 MW) e Cajuína (684 MW). Adicionalmente, a companhia ainda tem 1,5 GW em pipeline pronto para contratação com parecer de acesso, autorizações, licenças ambientais e pelo menos sete anos de medições de ventos para os projetos eólicos. Finalmente, em termos de clientes, o portfólio de contratos já tem uma predominância de clientes livres (ambiente em que a energia elétrica é negociada livremente entre os fornecedores, comercializadoras e consumidores) com elevada diversificação em termos de setores, sendo os principais o químico (23%), o de óleo e gás (20%) e o de minerais (17%). Essa maior base de clientes é importante para viabilizar o crescimento da companhia por meio da implementação dos novos empreendimentos, visto que a adição de capacidade no setor elétrico nos últimos anos tem sido concentrada no Ambiente de Contratação Livre.