A Porto apresentou lucro de R$ 89,4 milhões no 2T22 com queda anual de 76,4%, bem inferior as nossas estimativas, ainda impactado principalmente pela sinistralidade do auto (67,5% vs. 65,3% no 1T22 e 44,1% no ano anterior) decorrente em grande medida do aumento nos custos de indenização e reparos e pelos efeitos decorrentes da maior circulação de veículos, pelo aumento no índice de inadimplência (+2.8 p.p. chegando a 6,8%), custos de funding e pelo resultado financeiro, impactado principalmente pelo desempenho das alocações em renda variável. Por outro lado, houve forte crescimento nas receitas totais (+36,7% na comparação anual) refletindo a evolução de todas as verticais de negócios, conforme detalhado a seguir: seguros +32,1%, saúde +45,7%, bank +32,5% e serviços +44,8%. A receita com crédito cresceu 33% a/a, diante da forte expansão da carteira de crédito, que atingiu R$ 14,3 bilhões em junho, aumento de 24,5% a/a, com aceleração tanto na carteira de cartão de crédito quanto na carteira de financiamentos, apesar dos ajustes nas políticas de liberação de novos créditos diante do cenário macroeconômico mais desafiador. O índice de inadimplência aumentou 2.9 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a 6,8% no 2T22, contudo, segundo informado pela companhia este indicador apresenta sinais de estabilização após os ajustes nas políticas de concessão de crédito. Em nossa visão, os efeitos negativos na sinistralidade devem apresentar normalização nos próximos trimestres à medida que a companhia conseguir repassar a inflação no preço dos prêmios emitidos. Esse repasse, associado à manutenção do bom desempenho no crescimento de prêmios emitidos, além da diversificação de receitas, proporcionam boas perspectivas para a Porto no médio/longo prazo.
30 de novembro de 2023
